Varejo sofre retração das vendas entre outubro e novembro de 2024, diz IBGE

Economia

As vendas no comércio brasileiro apresentaram uma retração de 0,4% entre outubro e novembro de 2024. O resultado foi impactado, principalmente, pelo setor de móveis e eletrodomésticos, mas é considerado dentro de um cenário de estabilidade. Com isso, o setor deixou o pico histórico alcançado em outubro, quando registrou um crescimento de 0,4% em relação a setembro.

Esses dados foram divulgados, nesta quinta-feira (9), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC).

No acumulado de janeiro a novembro de 2024, o comércio varejista teve um crescimento de 5% em relação ao mesmo período de 2023. Já em 12 meses, a alta foi de 4,6%, mantendo a sequência positiva por 26 meses consecutivos. Na comparação com novembro de 2023, as vendas subiram 4,7%.

Cristiano Santos, gerente da pesquisa, explica que a variação de -0,4% é vista como uma leve desaceleração, mas dentro do padrão de estabilidade. Ele destaca que, quando comparado a anos anteriores, o crescimento contínuo de 2024 (+0,4%) é considerado “bastante expressivo”. O especialista também lembra que, entre janeiro e maio de 2024, o comércio teve cinco meses consecutivos de alta.

Segmentos com queda e alta nas vendas

Entre outubro e novembro, o IBGE observou retração em cinco dos oito segmentos pesquisados. O setor de móveis e eletrodomésticos foi o que mais impactou negativamente o resultado, com queda de 2,8%. Porém, Santos destaca que esse declínio não apaga o bom desempenho de outubro, quando houve um crescimento de 7,8%, impulsionado pela antecipação das promoções de Black Friday.

Outros setores com quedas foram: artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-2,2%); livros, jornais, revistas e papelaria (-1,5%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (-1,0%); e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,1%).

Santos observa que a leve queda nos supermercados (que representam 53,2% do varejo nacional) reflete uma acomodação após os crescimentos recentes. “Este é o setor que mais se aproxima de seu pico histórico”, afirmou. A inflação dos alimentos também contribuiu para a retração de 0,1% em relação a outubro.

Em contrapartida, os segmentos de maior crescimento foram: equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (3,5%); combustíveis e lubrificantes (1,5%); e tecidos, vestuário e calçados (1,4%).

Já o chamado “varejo ampliado”, que inclui veículos, motos, peças, material de construção e atacado especializado de alimentos, bebidas e fumo, registrou uma queda de 1,8% na comparação entre outubro e novembro. Apesar disso, o desempenho do ano segue positivo, com alta de 4,4% em 2024, e de 4% nos últimos 12 meses.