Um ano após o lançamento da vacinação contra a dengue no Sistema Único de Saúde (SUS), a adesão ao imunizante no Brasil permanece aquém das expectativas das autoridades sanitárias, segundo o Ministério da Saúde. Entre fevereiro de 2024 e janeiro de 2025, o país distribuiu um total de 6.370.966 doses da vacina. Contudo, registros da Rede Nacional de Dados em Saúde revelam que apenas 3.205.625 doses foram efetivamente aplicadas em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária prioritária definida pelo Ministério da Saúde para a imunização.
Este grupo concentra o maior número de hospitalizações devido à dengue, atrás apenas da população idosa, para a qual o imunizante Qdenga, produzido pela farmacêutica Takeda, não foi autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O esquema vacinal preconizado pela pasta é composto por duas doses, com intervalo de três meses entre elas.
Em Mato Grosso do Sul, 123.907 doses já foram aplicadas, dentro da faixa etária autorizada, das 207.796 doses recebidas pelo Estado para combate à dengue.
Em 2024, o Brasil vivenciou a pior epidemia de dengue da história, com 6.629.595 casos prováveis e 6.103 mortes relacionadas à doença. Já em 2025, o Painel de Monitoramento das Arboviroses, ferramenta que acompanha a incidência de doenças como a dengue, registra 230.191 casos prováveis, 67 mortes confirmadas e outras 278 óbitos sob investigação. O coeficiente de incidência, no momento, é de 108 casos para cada 100 mil habitantes.
Em Mato Grosso do Sul, o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) referente à 5ª semana epidemiológica aponta 554 casos confirmados de dengue, com uma morte confirmada e duas em investigação. Além disso, há 1.621 casos suspeitos da doença no Estado.