Em pronunciamento no Plenário do Senado, nesta terça-feira (11), a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) criticou a falta de avanços concretos para as mulheres na política e na sociedade. Ela destacou que o Mês da Mulher, tradicionalmente dedicado a celebrações e homenagens, tem servido como uma “distração”, encobrindo a ausência de medidas eficazes.
“Chegamos mais uma vez ao mês da distração das mulheres. São eventos e mais eventos, mas eu me pergunto: onde estão os avanços reais? Há quase um século, comemoramos o mesmo ‘avanço’, que é o direito ao voto, enquanto seguimos sem uma representação verdadeira no poder”, afirmou a senadora.
Soraya também expressou preocupação com o projeto do novo Código Eleitoral, que, segundo o mais recente relatório do senador Marcelo Castro (MDB-PI), propõe a reserva de 20% das cadeiras nos Legislativos para candidaturas femininas. Atualmente, a legislação determina uma cota mínima de 30% para candidaturas de cada gênero.
“Tenho certeza de que o senador Marcelo Castro não acordou com a intenção de destruir a mínima conquista que obtivemos, que é a garantia de 30% de candidaturas femininas. No relatório apresentado, ele menciona que essa lógica gerou fraudes que não conseguimos combater, como as candidaturas laranjas. Mas a pergunta é: ainda somos as culpadas por isso? Toda vez que há uma candidatura laranja, é evidente que um homem se beneficia”, criticou Thronicke.
A senadora também cobrou a presença de mais homens nos debates sobre igualdade de gênero e denunciou a falta de estrutura para o trabalho feminino no Senado. Ela frisou a necessidade de priorizar a tramitação de projetos voltados para a proteção das mulheres.
“Estamos aqui lutando por um mínimo de garantia de cadeiras no Parlamento, enquanto as mulheres deste Senado sequer têm uma cadeira física para se sentar”, concluiu.
Foto: Andressa Anholete/Agência Senado