Selic deve chegar a 14,25% em março, prevê Copom

Economia

O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), deve aumentar a taxa Selic em 1 ponto percentual na próxima reunião, prevista para março. A previsão é baseada na ata da última reunião do grupo, realizada na semana passada, que ajustou a taxa básica de juros para 13,25%. A expectativa é que, com esse novo aumento, a Selic chegue a 14,25% no próximo mês.

Esse nível da taxa não era alcançado desde outubro de 2016, quando a Selic permaneceu em 14,25% por mais de um ano, após ser elevada em julho de 2015.

De acordo com a ata, o aumento da taxa de juros em março só ocorrerá se o “cenário adverso para a convergência da inflação” persistir. O documento explica que tanto fatores de curto prazo, como a taxa de câmbio e a inflação atual, quanto de médio prazo, como o hiato do produto e as expectativas de inflação, ainda exigem uma política monetária mais rígida.

A ata também destaca o aumento das expectativas de inflação para 2025 e 2026, conforme o boletim Focus divulgado na semana da reunião. O mercado prevê que a inflação de 2025 será de 5,5% e a de 2026, de 4,2%, valores que estão bem acima da meta do Banco Central, estabelecida em 3%, com uma tolerância de 1,5% para mais ou para menos.

Outro ponto abordado pelo Copom é o cenário externo, considerado “desafiador”, devido às incertezas em relação à política econômica dos Estados Unidos. O documento menciona questões como possíveis estímulos fiscais, limitações na oferta de trabalho, tarifas de importação e mudanças nos preços relativos, decorrentes de ajustes na matriz energética, que podem afetar as condições financeiras globais e os fluxos de capital para economias emergentes.

Essa foi a primeira reunião do Copom com Gabriel Galípolo como presidente do BC, cargo para o qual foi nomeado pelo presidente Lula. Galípolo assume em um momento de tensão sobre a política monetária, após a gestão anterior, liderada por Roberto Campos Neto, que frequentemente se deparou com divergências em relação ao rumo da taxa de juros.