Projeto Capacita Profissionais Rurais no Combate à Violência contra Mulheres no Campo em MS

Geral

O Projeto Acolhe no Campo, desenvolvido pelo Senar/MS em parceria com o Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MPMS), tem como principal objetivo capacitar profissionais que atuam diretamente com produtores rurais. Ao longo de quatro anos, a iniciativa formou mais de 300 trabalhadores do meio rural, preparando-os para identificar e combater a violência doméstica e familiar contra a mulher.

A capacitação é voltada para profissionais que estão em contato constante com a realidade rural, como instrutores, supervisores e técnicos de campo. Esses profissionais têm um papel essencial ao trabalharem diretamente no atendimento e, muitas vezes, vivenciarem de perto as dificuldades dos produtores rurais. Nivaldo Passos, coordenador da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), enfatiza a importância da conscientização: “A capacitação é fundamental para que esses profissionais reconheçam comportamentos que, até então, poderiam passar despercebidos, mas que, na verdade, são sinais de violência.”

O projeto é uma ação conjunta das duas instituições e busca levar informações claras e responsáveis sobre a violência doméstica, oferecendo às famílias do campo ferramentas e conhecimento para enfrentá-la. O trabalho de formação é coordenado pelo Núcleo da Cidadania do MPMS, que se dedica a disseminar informações sobre a violência contra a mulher e os direitos previstos pela Lei Maria da Penha.

Clarissa Carlotta, promotora de Justiça e coordenadora do Núcleo da Cidadania do MPMS, ressalta que as mulheres que vivem nas áreas rurais enfrentam desafios específicos para acessar informações devido à sua localização geográfica isolada. “Um dos principais pilares do projeto é garantir que as mulheres do campo recebam conhecimento por meio dos técnicos do Senar/MS, principalmente sobre os tipos de violência previstos pela Lei Maria da Penha e as formas de proteção disponíveis”, explica a promotora.

Ao longo do projeto, diversos casos de violência doméstica foram identificados, demonstrando a eficácia da capacitação. Paula Martins, analista da ATeG, compartilhou um exemplo de sucesso: “No ano passado, um profissional que participou da capacitação teve a oportunidade de utilizar os conhecimentos adquiridos para ajudar uma familiar que estava passando por uma situação de violência doméstica. Com o apoio da orientação, a vítima procurou a delegacia e obteve uma medida protetiva, o que provavelmente evitou consequências ainda mais graves.”