Em janeiro, os preços dos produtos hortigranjeiros nos principais mercados atacadistas apresentaram variações significativas, conforme dados do 2º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta sexta-feira (21).
Entre os produtos que registraram quedas, destacam-se a alface e a batata, que tiveram uma diminuição na média ponderada de preços. No caso da alface, a redução foi de 13,23%, impulsionada pela queda nas cotações da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp). Contudo, em algumas Centrais de Abastecimento, os preços da alface registraram aumentos. Já a batata, essencial na alimentação brasileira, apresentou uma queda de 11,58%, influenciada pela oferta abundante do produto, que foi mais do que suficiente para atender à demanda.
As flutuações de preços das folhosas, como a alface, são características dessa época do ano, quando o clima contribui para a oscilação. A ocorrência de chuvas nas áreas produtoras prejudica a colheita, reduzindo a oferta, ao passo que o calor excessivo aumenta a demanda, pressionando os preços para cima. No caso da batata, a abundante oferta contribuiu para a queda dos preços, refletindo uma maior produção e a diminuição da pressão sobre o mercado.
Por outro lado, a cenoura e o tomate, afetados por fatores climáticos, registraram aumentos em seus preços no mês de janeiro. A cenoura teve um aumento de 47,89% na média ponderada, enquanto o tomate registrou alta de 9,55%. Apesar dessa elevação, algumas cotações ficaram abaixo dos valores registrados no mesmo período do ano anterior. Na Ceagesp, por exemplo, o preço da cenoura caiu 48% em comparação com janeiro de 2024, e a CeasaMinas registrou uma redução de 28% no preço do tomate.
Esse movimento de alta foi causado pela diminuição da oferta desses produtos nos principais mercados atacadistas. O preço da cenoura, por exemplo, subiu logo após uma sequência de quedas no segundo semestre de 2024, após a safra 2023/24, que teve preços elevados devido a adversidades climáticas. Esse período de preços altos estimulou a produção, o que, por sua vez, aumentou a oferta e provocou a queda dos preços. No entanto, a retração na produção resultou em preços mais altos no início de 2025.
A cebola também acompanhou a tendência de alta, com aumento nos preços devido à menor oferta do produto no mercado. Esse movimento é esperado para a época, quando a Região Sul, especialmente Santa Catarina, se torna a principal produtora, elevando os custos logísticos para os centros consumidores mais distantes.
Frutas
A laranja e o mamão apresentaram quedas nos preços, com uma redução de 6,31% e 3,59%, respectivamente. Esse fenômeno ocorreu devido ao aumento na oferta desses produtos, que impactou as cotações no atacado. Já a banana teve uma leve queda de 0,63%, devido à oferta mais abundante, principalmente da banana nanica de São Paulo e Santa Catarina, combinada a uma demanda mais baixa durante as férias escolares.
A maçã, por sua vez, registrou uma leve alta de 0,49%. A oferta estava limitada devido ao fim da safra 2023/24, e espera-se que a nova safra de maçã gala comece a entrar no mercado a partir deste mês. A melancia, por outro lado, viu seus preços subirem, apesar de uma demanda mais fraca no início do mês, logo após as festividades de fim de ano. A produção aumentou nas praças da Bahia e do Rio Grande do Sul, mas a oferta diminuiu ao longo do mês, o que contribuiu para o aumento dos preços no atacado e varejo.