Sete profissionais de saúde serão levados a julgamento, a partir desta terça-feira (11), pela morte de Diego Maradona, ocorrida em novembro de 2020. Eles são acusados de homicídio culposo por negligência no tratamento do ex-jogador, que faleceu aos 60 anos vítima de insuficiência cardíaca. Maradona, ícone do futebol mundial e responsável por levar a Argentina ao seu segundo título da Copa do Mundo em 1986, havia passado por uma cirurgia cerebral dias antes de sua morte.
O julgamento será realizado em um tribunal de San Isidro, cidade localizada nos arredores de Buenos Aires, e contará com cerca de 120 depoimentos, incluindo testemunhas e especialistas. Os réus, que integram a equipe médica responsável pelo cuidado de Maradona durante seus últimos dias, são acusados de “homicídio simples com dolo eventual”, conforme relatado pela mídia local. Essa acusação implica que os profissionais teriam agido com consciência dos riscos que suas ações ou omissões poderiam causar à vida do paciente.
Entre os acusados estão o médico pessoal de Maradona, Leopoldo Luque, e a psiquiatra Agustina Cosachov, além de outros enfermeiros e profissionais de saúde. O processo, que deve se estender por vários meses, pode resultar em penas que variam de oito a 25 anos de prisão, caso sejam considerados culpados.
A morte de Maradona chocou o mundo e levantou questionamentos sobre a qualidade do atendimento médico que ele recebeu. Relatórios preliminares indicaram falhas graves, como a falta de monitoramento adequado e a ausência de um plano de cuidados pós-operatórios. A família do ex-jogador, que sempre defendeu a tese de negligência, espera que o julgamento traga justiça e esclarecimentos sobre as circunstâncias que levaram à morte do ídolo argentino.
Maradona, que brilhou em clubes como Boca Juniors e Napoli, além de ser uma figura central na seleção argentina, deixou um legado imenso no futebol. Sua morte não só enlutou os fãs do esporte, mas também expôs falhas no sistema de saúde privado, gerando debates sobre a responsabilidade de profissionais médicos no cuidado de pacientes famosos e de alto perfil.
O julgamento promete ser um dos mais acompanhados na Argentina, não apenas pela fama de Maradona, mas também pelas implicações éticas e legais que o caso traz à tona.
