Trump defende anexação do Canadá e Trudeau reage com novas tarifas aos EUA; México e China também reagem

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O presidente dos Estados Unidos voltou a defender a anexação do Canadá um dia após impor tarifas de 25% sobre as importações canadenses. Em uma publicação nas redes sociais, o republicano argumentou que Washington tem investido bilhões de dólares em subsídios ao país vizinho e, por isso, o Canadá deveria ser integrado como o 51º estado dos EUA.

“Não precisamos de nada que eles têm. Temos energia ilimitada, devemos fabricar nossos próprios carros e temos mais madeira do que conseguimos usar. Sem esse subsídio massivo, o Canadá não sobreviveria como um país viável. É duro, mas é a verdade!”, afirmou Trump.

O presidente também sugeriu que, com a anexação, haveria redução de impostos, maior proteção militar dos Estados Unidos e o fim das tarifas comerciais.

Em resposta, o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, anunciou novas tarifas de 25% sobre os produtos dos EUA. Trudeau afirmou que essa medida prejudicaria a economia norte-americana e incentivou os canadenses a consumir produtos locais e a escolher destinos turísticos dentro do próprio país, ao invés de viajar para os Estados Unidos.

Guerra comercial

Apesar de Trump afirmar que “não precisa de nada que eles têm”, referindo-se aos países recentemente taxados por ele, o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, anunciou a imposição de tarifas de 25% sobre US$ 155 bilhões em produtos dos Estados Unidos. Segundo Trudeau, US$ 30 bilhões dessas tarifas entrarão em vigor nesta terça-feira (4), enquanto os US$ 125 bilhões restantes serão aplicados dentro de 21 dias.

Trudeau destacou que as tarifas afetam uma ampla gama de produtos, incluindo cerveja, vinho, bourbon, frutas, sucos, roupas, equipamentos esportivos e eletrodomésticos.

Por sua vez, a presidente do México, Claudia Sheinbaum, declarou, em uma postagem na rede social X, que orientou seu secretário da Economia a adotar “medidas tarifárias e não tarifárias para defender os interesses do México”.

O governo chinês, por meio de um comunicado do Ministério do Comércio, anunciou que contestará as tarifas de Trump na Organização Mundial do Comércio (OMC). O ministério afirmou que a imposição das tarifas “viola gravemente” as regras da OMC e pediu aos EUA que “engajem em um diálogo franco e fortaleçam a cooperação”.

Por outro lado, analistas alertam que os aumentos de preços enfrentados pelas empresas e consumidores nos Estados Unidos poderão impulsionar a inflação, o que, segundo eles, reduziria a possibilidade de novos cortes nas taxas de juros nos próximos 12 a 18 meses.

Foto: Mandel Ngan/AFP