A obesidade é uma realidade preocupante no Brasil, com 59% da população afetada pelo problema ou por sobrepeso. Emagrecer, sabemos, não é uma tarefa fácil: requer acompanhamento profissional e depende de diversos fatores, como alimentação equilibrada, atividade física regular, sono de qualidade, controle emocional, ambiente, questões hormonais, entre outros.
Porém, se emagrecer já representa um grande desafio, manter o peso perdido é ainda mais complicado. Além de fatores emocionais e comportamentais, a manutenção exige uma adaptação contínua a novos hábitos.
O endocrinologista Bruno Halpern, vice-presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso), compartilhou, em suas redes sociais, que “a obesidade é uma doença crônica e recorrente, ou seja, não tem cura, mas pode ser controlada”.
Ele esclarece que, durante a fase de emagrecimento, o indivíduo costuma contar com motivação extra, como objetivos claros, prazos definidos, benefícios imediatos para a saúde e autoestima, e o apoio de pessoas próximas. No entanto, quando chega a fase de manutenção do peso, a motivação tende a diminuir, pois:
- Não há mais um prazo definido para o processo (é necessário manter os hábitos saudáveis para sempre);
- A pessoa pode esquecer os benefícios que a perda de peso trouxe à saúde e autoestima;
- Comentários externos podem sugerir que não há mais necessidade de manter a preocupação com o peso.
Além disso, o aspecto comportamental desempenha um papel crucial. Quando a alimentação é usada como um mecanismo de conforto ou recompensa, manter o peso perdido torna-se ainda mais desafiador. Para esses casos, é fundamental que o acompanhamento envolva uma abordagem multidisciplinar, com nutricionistas, psicólogos e outros profissionais de saúde. Somente assim é possível adaptar-se de forma saudável a um novo estilo de vida e manter o peso conquistado.