PM é Condenado a 30 Anos por Feminicídio de Namorada no Rio de Janeiro

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Após cinco anos à espera de Justiça, o III Tribunal do Júri condenou o policial militar, Janitom Celso Rosa Amorim, a 30 anos de reclusão pelo crime de feminicídio. Ele foi responsabilizado pela morte da namorada, Mayara Pereira de Oliveira, ocorrida em novembro de 2020. Mayara, que tinha 31 anos, deixou um filho de cinco anos na época do crime.

A juíza Tula Corrêa de Mello, que presidiu o júri, determinou não apenas a condenação, mas também a perda do cargo de Janitom na corporação militar. O caso, que chocou a cidade de Valença, no sul fluminense, teve como cenário o estacionamento da faculdade onde Mayara cursava pós-graduação em Odontologia. Janitom manteve a vítima refém por cerca de três horas, apontando uma arma para ela dentro de um carro. Ao perceber a chegada do Batalhão de Operações Especiais (Bope) com equipes de negociação, ele abriu a porta do veículo, disparou contra o rosto de Mayara e, em seguida, se rendeu. A jovem foi levada ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos.

O processo revelou que o crime foi motivado por um “ciúme doentio” de Janitom em relação à vítima. Ele exercia um controle abusivo sobre Mayara, incluindo a instalação de câmeras em seu consultório odontológico e a exigência de que ela excluísse suas redes sociais. A juíza destacou em sua decisão que “a consciência e a vontade do criminoso são incontestes, estando firme o agente no seu intento, de fato alcançando a retirada da vida da vítima”.

O caso de Mayara se soma a uma triste estatística. De acordo com o boletim Elas Vivem: um caminho de luta, divulgado nesta quinta-feira (13) pela Rede de Observatórios da Segurança, a cada 17 horas uma mulher morre vítima de feminicídio em nove estados monitorados pela organização. Em 2023, foram registradas 531 vítimas de feminicídio, sendo que 75,3% dos crimes foram cometidos por pessoas próximas às vítimas. Quando considerados apenas parceiros e ex-parceiros, o índice chega a 70%.

O caso de Mayara Pereira é mais um triste exemplo da violência de gênero que assola o país, reforçando a urgência de políticas públicas efetivas para combater o feminicídio e proteger as mulheres.

Com Agência Brasil

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

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