A regulamentação das redes sociais voltou ao centro do debate no Brasil após declaração de Hugo Motta, novo presidente da Câmara dos Deputados, ligado ao Republicanos, partido com forte influência da igreja evangélica. Motta criticou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o tema, considerando-a um erro.
Apesar da polêmica, uma pesquisa inédita realizada pela Nexus – Inteligência e Pesquisa de Dados revela que mais da metade da população brasileira é favorável à criação de regras para o uso das plataformas digitais. O levantamento apontou que 60% dos entrevistados apoiam a adoção de novas regulamentações, enquanto 29% são contrários e 12% preferiram não se posicionar.
Porém, quando o debate se volta para o direito à liberdade de expressão, argumento amplamente defendido pelos opositores da regulamentação, o apoio cai para 30%. Aqueles que permanecem favoráveis à regulação argumentam que, em determinadas situações, é necessário estabelecer limites ao direito de expressão previsto pela Constituição.
De acordo com a Nexus, “os números refletem o impacto da narrativa dos opositores, que associam a regulação à restrição da liberdade de expressão, o que reduz consideravelmente o apoio à implementação de regras para as redes sociais”.
O estudo também mostrou que 78% dos brasileiros acreditam que as plataformas devem assumir mais responsabilidade por suas ações, enquanto 64% veem a regulação como um meio eficaz para combater a disseminação de desinformação. A maioria da população também acredita que novas regras podem ajudar a reduzir a propagação de discursos de ódio.
Quanto à moderação de conteúdo, tema que ganhou destaque com mudanças recentes anunciadas pela Meta, 73% dos entrevistados afirmam que a verificação de fatos é fundamental. Além disso, 65% apoiam a ideia de que os próprios usuários devem ter a responsabilidade de analisar o conteúdo que consomem.
Com informações da CNNBrasil
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