O Ministério da Saúde publicou nota técnica com orientações do Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI/SVSA/MS) sobre as medidas a serem adotadas para otimizar o uso das doses da vacina contra a dengue em todo o país. A principal recomendação é o remanejamento das doses para municípios ainda não contemplados pela vacinação ou a ampliação da faixa etária, conforme os critérios de validade dos imunizantes.
Vacinas com validade de até dois meses: A orientação é remanejar as doses para cidades que ainda não receberam a vacina contra a dengue ou ampliar a faixa etária para vacinação, abrangendo pessoas de 6 a 16 anos.
Vacinas com validade de até um mês: Neste caso, a estratégia pode ser expandida até o limite de idade especificado na bula do imunizante, atendendo pessoas de 4 a 59 anos, 11 meses e 29 dias, conforme a disponibilidade de doses em cada município. O remanejamento dessas doses é responsabilidade dos estados.
“A decisão sobre o remanejamento das vacinas contra a dengue, com curto prazo de validade, de municípios já contemplados para aqueles ainda não atendidos pelo imunizante, é de responsabilidade dos estados”, destaca um trecho da nota.
Critérios para expansão da faixa etária
O documento orienta que a ampliação do público-alvo leve em consideração a disponibilidade de doses e a situação epidemiológica de cada estado e município. Além disso, o Ministério da Saúde deve ser informado pelas unidades federativas sobre a implementação da estratégia.
Todas as doses aplicadas precisam ser registradas na Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) para garantir a administração da segunda dose e o monitoramento adequado do processo de imunização dos brasileiros, conforme recomendado pelo MS.
A nota técnica também ressalta que essa recomendação é uma estratégia temporária para a vacinação contra a dengue, utilizando as doses remanescentes com validade até os próximos dois meses.
O objetivo da medida é evitar desperdício e garantir a proteção da população.
“A recente recomendação do Ministério da Saúde aos estados e municípios […] é temporária e visa otimizar o uso das vacinas disponíveis, evitando desperdícios”, afirma o documento.
“A medida busca ampliar o acesso à vacinação dentro dos prazos adequados, garantindo a eficácia e a segurança dos imunizantes”, complementa a pasta.
O Ministério da Saúde informou que, desde o início da estratégia de vacinação contra a dengue, até o dia 10 de fevereiro, foram distribuídas mais de 6,5 milhões de doses da vacina. Desses, mais de 3,3 milhões foram aplicadas, representando 50,82% do total.
“Até o momento, mais de 2,3 milhões de crianças e adolescentes receberam a primeira dose da vacina, e 955.106 já completaram o esquema vacinal com a segunda dose”, afirma o MS.
A dengue no Brasil
No último boletim epidemiológico, divulgado em 13 de fevereiro, a Secretaria de Saúde de Mato Grosso do Sul registrou 1.953 casos prováveis de dengue, com 673 casos confirmados em 2025. Os dados apresentados no boletim da 6ª semana epidemiológica indicam que um óbito foi confirmado devido à doença, e outros dois estão sob investigação.
De acordo com o Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde, atualizado no dia 17 de fevereiro, o Brasil já registrou 324.798 casos prováveis de dengue neste ano. Foram registrados 126 óbitos pela doença, com 309 mortes ainda sendo investigadas.
São Paulo lidera em número de casos graves, com 2.035, e 99 óbitos. O estado já registrou 190.530 casos prováveis de dengue, além de ter o segundo maior coeficiente de incidência da doença por 100 mil habitantes, com 414,4.
O Acre apresenta o maior coeficiente de incidência da doença no país, com 595,3. Porém, o estado tem 5.242 casos prováveis e dois óbitos confirmados.
Minas Gerais ocupa a segunda posição em relação ao número de casos prováveis, com 35.734 registros. O coeficiente de incidência é de 167,6, e o estado registrou quatro mortes devido à dengue.
Goiás ocupa o terceiro lugar em casos prováveis de dengue, com 17.492 registros. O coeficiente de incidência no estado é de 238, a cada 100 mil habitantes, sendo o quarto maior do país. Goiás também ocupa a segunda posição em casos graves de dengue, com 502 registros, e é o segundo em número de óbitos pela doença, com cinco mortes confirmadas e 27 em investigação.