Mato Grosso do Sul Registra Queda na Dengue, Mas Crescimento de Casos de Chikungunya Preocupa

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Mato Grosso do Sul tem queda significativa nos casos de Dengue este ano, mas, ao mesmo tempo, enfrenta um aumento preocupante nos registros de Chikungunya. O cenário foi analisado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), com base na comparação dos Boletins Epidemiológicos da Semana 13 de 2025 com o mesmo período do ano anterior.

De acordo com os dados, a redução nos casos de Dengue é expressiva, mas a escalada de casos de Chikungunya gera preocupação. Ambos os vírus são transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti, o que exige ações de prevenção contínuas, que devem ser intensificadas em razão do novo contexto epidemiológico.

Até a 13ª Semana Epidemiológica de 2025, os casos prováveis de Dengue caíram de 11.708 em 2024 para 6.692 em 2025, representando uma diminuição de cerca de 43%. Os casos confirmados também apresentaram uma queda significativa, indo de 4.325 para 2.445, o que equivale a uma redução de 43,5%. A taxa de incidência da doença no estado também diminuiu, passando de 424,7 para 242,8 casos por 100 mil habitantes. Em termos de óbitos, a diminuição também foi observada, com 10 mortes em 2024 contra 7 em 2025 no mesmo período. A cobertura vacinal, que inclui a primeira dose da vacina (D1), alcançou 52,83% da população-alvo.

Por outro lado, a situação da Chikungunya se mostra mais alarmante. O número de casos prováveis subiu de 3.679 em 2024 para 4.668 em 2025, marcando um aumento de 27%. O crescimento mais notável ocorreu nos casos confirmados, que saltaram 295%, de 219 para 865. A taxa de incidência passou de 133,5 para 169,3 casos por 100 mil habitantes. Em 2025, foi registrado um óbito, enquanto no mesmo período de 2024 não houve mortes relacionadas à doença.

Alguns municípios se destacam com os maiores índices de ambas as doenças. Jateí lidera a incidência de Dengue (6.971,6 por 100 mil habitantes) e de Chikungunya (6.943,7). Outras cidades com números elevados de casos incluem Selvíria, Sonora e Glória de Dourados.

A enfermeira Bianca Modafari, da gerência de Doenças Endêmicas da SES, alertou para a continuidade das ações preventivas: “Embora a Dengue tenha mostrado uma queda significativa, o aumento de casos de Chikungunya indica que o mosquito ainda está ativo. Por isso, é fundamental intensificar as ações de prevenção, como eliminar criadouros do mosquito, cobrir as caixas d’água e usar repelente. São medidas simples, mas eficazes para evitar a propagação das duas doenças.”

Diferenças entre Dengue e Chikungunya

A SES também destacou as principais diferenças entre Dengue e Chikungunya. Ambas as doenças apresentam febre alta, mas, na Chikungunya, a febre surge de forma súbita. A dor nas articulações é intensa na Chikungunya e pode durar meses, ao passo que na Dengue a dor é mais muscular. As manchas vermelhas aparecem em ambas as doenças, mas, na Dengue, podem ser acompanhadas de sangramentos.

Em termos de complicações, a Dengue pode evoluir para formas hemorrágicas, enquanto a Chikungunya raramente causa complicações graves, embora possa evoluir para uma forma crônica com sequelas. Há também risco de morte nos casos de Chikungunya, particularmente quando ocorre o uso inadequado de medicamentos anti-inflamatórios durante a fase aguda da doença.

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