IPCA-15 sobe 0,64% em março impulsionado por alimentos e combustíveis, mas índice revela desaceleração

Economia

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação oficial do Brasil, registrou um aumento de 0,64% nos preços em março, conforme divulgado nesta quinta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse resultado é impulsionado principalmente pela alta contínua nos preços dos alimentos e pelos combustíveis, que também ficaram mais caros.

Embora a inflação tenha registrado aumento em março, o índice mostra uma desaceleração significativa em relação ao mês anterior. Em fevereiro, o IPCA-15 havia subido 1,23%, a maior alta para o mês de fevereiro desde 2016. No primeiro trimestre de 2025, o IPCA-15 acumula uma alta de 1,99%, superando a taxa de 1,46% do mesmo período em 2024. Já no acumulado dos últimos 12 meses, o índice avançou para 5,26%, um aumento em relação aos 4,96% registrados até fevereiro.

O aumento de março de 2025 também foi mais alto do que o observado no mesmo mês do ano passado, quando o IPCA-15 subiu 0,36%.

O número divulgado ficou abaixo da expectativa do mercado financeiro, que projetava uma alta de 0,70%. Isso significa que o resultado veio mais moderado do que o previsto pelas instituições financeiras.

Os principais responsáveis pela alta do índice de preços em março foram os grupos de Alimentação e Bebidas e Transportes, que juntos representam dois terços da composição do IPCA-15. No setor de Alimentação, a alta foi de 1,09%, com impacto de 0,24 ponto percentual (p.p.) sobre o índice. Entre os alimentos que mais pressionaram o preço, destacam-se o ovo de galinha (19,44%), o tomate (12,57%), o café moído (8,53%) e as frutas (1,96%). A alimentação no domicílio, especificamente, teve o maior aumento, com alta de 1,25% em março, frente a 0,63% no mês anterior.

Além disso, a alimentação fora do domicílio também ficou mais cara, com aumento de 0,66%, ligeiramente superior ao registrado em fevereiro (0,56%). Dentro desse grupo, as refeições subiram 0,62% e os lanches tiveram aumento de 0,68%.

O grupo de Transportes, por sua vez, registrou a segunda maior alta, com aumento de 0,92%, impactando o IPCA-15 em 0,19 ponto percentual. O maior responsável por esse aumento foi o reajuste nos preços dos combustíveis, que subiram 1,88% no mês. O aumento foi generalizado entre os combustíveis pesquisados pelo IBGE, com o óleo diesel subindo 2,77%, o etanol 2,17%, a gasolina 1,83% e o gás veicular 0,08%.

Além desses grupos, o IBGE também destacou o impacto no grupo Despesas Pessoais, que teve um aumento de 0,81%, puxado pela alta de 7,42% nos preços de cinema, teatro e concertos. Essa elevação foi influenciada pelo fim da Semana do Cinema, realizada em fevereiro, que havia oferecido descontos especiais aos consumidores.

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