Os analistas consultados pelo Banco Central (BC) revisaram, ligeiramente, para cima suas projeções de inflação para o final de 2025 e 2026, mantendo as expectativas para a Selic, o Produto Interno Bruto (PIB) e a cotação do dólar inalteradas para os mesmos períodos, conforme a pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira (3).
O estudo, que reflete as previsões do mercado para diversos indicadores econômicos, aponta que a expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é de um aumento de 5,51% ao final deste ano, ligeiramente superior à previsão anterior de 5,50%. Esta é a 16ª semana consecutiva de revisão para cima da estimativa. Para 2026, a projeção para a inflação brasileira foi ajustada para 4,28%, ante 4,22% na pesquisa anterior. A meta oficial de inflação do BC é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
A pesquisa Focus também manteve a previsão para a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano para 2025, e de 12,5% para 2026. Este é o primeiro levantamento após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que, na última quarta-feira, elevou a Selic em 1 ponto percentual, para 13,25% ao ano, conforme já sinalizado na reunião anterior. O Copom indicou que há possibilidade de um novo aumento da mesma magnitude em março, mas não fez previsões sobre as decisões após esse período. A ata da reunião será divulgada na terça-feira.
Além disso, analistas têm demonstrado crescente preocupação com a postura de Donald Trump frente ao início de seu novo governo nos Estados Unidos. O temor é de que as tarifas impostas pelo presidente sobre México, Canadá e China, cujas taxas começarão a vigorar na terça-feira, possam fortalecer o dólar e prejudicar economias de países emergentes.
No âmbito cambial, a pesquisa Focus manteve a expectativa para o dólar em 2025 e 2026, com a moeda americana sendo projetada para encerrar ambos os anos cotada a R$ 6,00.
Quanto ao PIB brasileiro, a previsão para o crescimento econômico permanece em 2,06% para 2025, mesma estimativa da semana passada. Para 2026, o crescimento projetado é de 1,72%, mantendo-se estável em relação à mediana do levantamento anterior.
