A prévia da inflação de fevereiro, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), revela um recuo na inflação dos alimentos na primeira quinzena do mês. No grupo Alimentação e Bebidas, a variação foi de 0,61%, com uma redução de 0,14 ponto percentual (p.p.) em relação ao mês anterior. A alimentação no domicílio aumentou 0,63% em fevereiro, uma desaceleração em comparação com janeiro, quando o aumento havia sido de 1,10%, representando uma queda de 0,37 p.p. Entre as quedas mais significativas, destacam-se a batata-inglesa (-8,17%), o arroz (-1,49%) e as frutas (-1,18%).
A alimentação fora do domicílio também registrou desaceleração, passando de 0,93% em janeiro para 0,56% em fevereiro. Tanto as refeições (0,43%) quanto os lanches (0,77%) apresentaram variações menores do que as observadas no mês anterior (0,96% e 0,98%, respectivamente), com uma redução de 0,37 p.p. no grupo.
Em janeiro de 2025, o IPCA havia registrado uma queda geral, alcançando 0,16%, a menor taxa para o mês de janeiro desde o início do Plano Real, em 1994. Isso representou uma queda de 0,36 p.p. em relação a dezembro de 2024 (0,52%), fazendo com que o índice acumulado em 12 meses caísse para 4,56%.
Em janeiro, a inflação de alimentos ainda mostrava sinais de controle, com a alimentação no domicílio subindo 0,96% e a alimentação fora do domicílio desacelerando de 1,19% em dezembro para 0,67%. Já na prévia de fevereiro, alguns alimentos, como a cenoura (17,62%) e o café moído (11,63%), apresentaram aumentos.
Outros grupos de impacto
No IPCA-15 de fevereiro, o índice geral foi de 1,23%, registrando uma alta de 1,12 p.p. em relação a janeiro (0,11%). Os principais responsáveis por essa alta foram os grupos Habitação (4,34%) e Educação (4,78%), que impactaram o índice geral em 0,63 p.p. e 0,29 p.p., respectivamente.
Os únicos grupos com variação negativa foram Vestuário (-0,08%) e Comunicação (-0,06%). No acumulado em 12 meses, o índice subiu 4,96%, superando o valor de 4,50% registrado nos 12 meses anteriores. Em fevereiro de 2024, o IPCA-15 havia sido de 0,78%.
No grupo Habitação, a alta de 4,34% foi influenciada principalmente pela energia elétrica, que subiu 16,33%, após a queda de 15,46% observada em janeiro devido à incorporação do bônus de Itaipu. O reajuste de 6,42% nas tarifas de água e esgoto em Belo Horizonte e Porto Alegre também contribuiu para o aumento.
Em Educação, os cursos regulares subiram 5,69%, com os maiores aumentos no ensino fundamental (7,50%), ensino médio (7,26%) e superior (4,08%), típicos reajustes de início de ano.
No grupo Transportes, a variação foi de 0,44%, com combustíveis registrando aumento de 1,88%. O etanol subiu 3,22%, o óleo diesel 2,42% e a gasolina 1,71%. As passagens aéreas, por outro lado, apresentaram uma queda de 20,42%. A tarifa de ônibus urbano também aumentou em várias cidades, com destaque para os reajustes em São Paulo (14,68%) e Rio de Janeiro (6,34%).
Índices regionais
Entre as regiões, Recife apresentou a maior variação (1,49%), impulsionada pela alta da energia elétrica residencial (14,78%) e da gasolina (3,74%). Já Goiânia teve a menor variação (0,99%), com destaque para a queda nas passagens aéreas (-26,67%) e no arroz (-2,67%).