O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, acusou o Hamas, nesta quinta-feira (16), de alterar os termos do cessar-fogo na Faixa de Gaza e de ter provocado uma “crise de última hora” no acordo. Ele afirmou que não convocará seu gabinete para aprovar o cessar-fogo enquanto o grupo não recuar.
Netanyahu havia planejado uma reunião com seu Conselho de Ministros nesta quinta-feira para ratificar o acordo de cessar-fogo, que está previsto para entrar em vigor no domingo (19). No entanto, não se sabe se o impasse com o Hamas poderá atrasar a implementação da medida.
O premiê israelense não detalhou quais pontos o Hamas teria deixado de cumprir, mas membros do grupo negaram qualquer recuo. Em declarações à Reuters e à Associated Press, eles afirmaram que estão respeitando os termos do acordo mediado pelos Estados Unidos, Catar e Egito.
O acordo, anunciado na tarde de quarta-feira (15), prevê a libertação de dezenas de reféns e a retirada gradual das tropas israelenses de Gaza. A aceitação formal por parte de Israel depende da aprovação do gabinete de segurança e do governo, que ainda precisam revisar alguns detalhes.
Uma equipe de negociadores israelenses permanece no Catar para concluir as negociações. De acordo com um porta-voz do governo israelense, o cessar-fogo é do interesse do país, apesar de membros mais radicais do governo Netanyahu ainda tentarem impedir sua implementação.
Enquanto isso, familiares de soldados mortos no conflito protestam contra o cessar-fogo em frente ao Parlamento israelense. O ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, afirmou que seu partido, Tkuma, só permaneceria no governo se Israel retomasse a guerra até a derrota total do Hamas. O ministro da Polícia, Itamar Ben Gvir, da extrema-direita, também ameaçou deixar o governo caso o cessar-fogo seja aprovado.