Homem é condenado a 25 anos por feminicídio contra ex-mulher em Dourados

Geral

Gilmar Alves Cotrin Junior, de 44 anos, foi condenado a 25 anos e oito meses de prisão, em regime fechado, pelo assassinato brutal de sua ex-companheira, Valéria Carrilho da Silva, de 35 anos. O crime, qualificado como feminicídio, ocorreu na madrugada de 30 de julho de 2023, no bairro Jardim Esplanada, em Dourados, Mato Grosso do Sul. O réu respondeu ao processo detido e terá o direito de recorrer da sentença ainda em prisão.

A acusação foi conduzida pelo promotor de Justiça Luiz Eduardo de Souza Sant’Anna Pinheiro, da 12ª Promotoria de Justiça de Dourados, que sustentou a condenação de Gilmar por homicídio qualificado. Entre as qualificadoras apresentadas, constam motivo fútil, uso de fogo, crime cometido por razões ligadas à condição do sexo feminino da vítima, além da violação de medida protetiva judicialmente imposta.

Durante a dosimetria da pena, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) ressaltou a extrema gravidade do crime. De acordo com a investigação, Gilmar invadiu a residência da vítima, retirou gasolina de uma motocicleta que estava no quintal e aguardou o momento em que Valéria chegasse. Quando ela entrou na casa, ele lançou o combustível em seu rosto e ateou fogo. A vítima chegou a ser socorrida e levada ao Hospital da Vida, mas não resistiu aos ferimentos.

O histórico de violência já havia sido denunciado anteriormente. Em 2022, Valéria registrou boletim de ocorrência contra o agressor, após o término do relacionamento. Na ocasião do crime, havia uma medida protetiva de urgência em vigor, a qual foi deliberadamente descumprida por Gilmar.

A promotoria também destacou o impacto devastador da perda: cinco crianças ficaram órfãs em decorrência do crime. Por conta disso, o MP requereu a execução imediata da pena com base no Tema de Repercussão Geral nº 1068 do Supremo Tribunal Federal, que permite a execução da sentença mesmo com possibilidade de recurso.

As crianças e os familiares da vítima serão encaminhados ao projeto Acolhida, desenvolvido pelo Núcleo de Apoio às Vítimas de Crimes e Atos Infracionais Violentos (Navit), que oferece suporte psicológico e social às vítimas e seus entes queridos.

Na foto, o Promotor de Justiça Luiz Eduardo de Souza Sant’Anna Pinheiro, titular da 12ª Promotoria de Justiça de Dourados (Reprodução/MPMS)

Deixe um comentário