Estresse hídrico afeta soja em mais de um milhão de hectares no Mato Grosso do Sul

De acordo com levantamento do Projeto SIGA-MS, executado pela Aprosoja/MS, na segunda semana de 2025, as lavouras de soja de Mato Grosso do Sul enfrentam condições climáticas desafiadoras. O Estado encontra-se em pleno desenvolvimento vegetativo e reprodutivo, com destaque para as regiões sul, sudoeste, centro e sul-fronteira, onde o quadro é mais preocupante. Nessas áreas, até 25,6% das lavouras estão em condições ruins, enquanto as regulares variam de 14,6% a 34,6%, e as boas condições ficam entre 39,8% e 69,3%.

Já as regiões sudoeste, centro, sul-fronteira e sul, que apresentam condições abaixo do potencial das demais regiões. Nestas áreas, pode-se encontrar lavouras com até 25,6% em condições ruins. As condições regulares variam entre 14,6% e 34,6%, e as boas condições estão entre 39,8% e 69,3%.

Por outro lado, as regiões norte, nordeste, oeste e sudeste, onde as condições das lavouras de soja são majoritariamente boas, variando de 74,7% a 93,5%. As condições regulares nestas regiões variam entre 6,1% e 17,8%, e as condições ruins são de até 7,5%.

A Aprosoja/MS aponta que cerca de 1,3 milhão de hectares de soja, o que representa 29% da área total, estão impactados por estresse hídrico. A falta de chuvas, especialmente na região sul, prejudica o desenvolvimento da soja, com 24 municípios abaixo da produtividade média estadual. A seca, que atinge a região há mais de 30 dias, é uma das principais responsáveis, com precipitações variando de 1,4 mm a 66,6 mm em algumas áreas e 10 dias sem chuva intensa.

Gabriel Balta, coordenador técnico da Aprosoja/MS, explica que as lavouras mais afetadas são aquelas semeadas entre setembro e outubro, que estão em estágio crítico de enchimento de grãos e maturação. Até o dia 10 de janeiro, 32% das lavouras estavam em fases fenológicas delicadas, com 16% no enchimento de grãos, 14% com grãos cheios e 2% iniciando a maturação, especialmente nas áreas mais antecipadas do estado.

Apesar da previsão de chuvas para a região sul nos próximos dias, com volumes de até 203 mm, o impacto da seca ainda é significativo. A colheita da soja no estado está programada para começar na penúltima semana de janeiro, com o pico previsto entre 14 de fevereiro e 21 de março, abrangendo 86% da produção total. A colheita deve seguir até 18 de abril.

Foto: Arquivo/Aprosoja-MS