Estátua da Justiça em Campo Grande/MS deverá ser de inspiração indígena

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A escultura intitulada “Parajás”, do artista Victor Harabura de Freitas, foi a vencedora do concurso para a nova estátua da Justiça que será instalada na entrada dos plenários do Tribunal do Júri, no Fórum de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul. A obra irá substituir a atual estátua, que gerou controvérsias por exibir seios desnudos, levando a protestos de grupos conservadores.

Lançado em 21 de maio de 2024 pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), o concurso visava selecionar uma obra que representasse os conceitos de Justiça e Direito, ao mesmo tempo em que incorporasse elementos da cultura e identidade regional do estado. O resultado do concurso foi divulgado na edição de 23 de janeiro de 2025 do Diário da Justiça.

Entre os 13 projetos inscritos, a avaliação levou em consideração a originalidade e a capacidade da proposta de traduzir os valores da Justiça de forma artística. A escultura vencedora, que terá 1,90m de altura, 4,50m de largura e 1,15m de profundidade, será construída com chapas de aço corten e pesará cerca de 288kg.

O nome “Parajás” faz referência a uma tribo indígena da divisa entre Mato Grosso e Tocantins, mas, segundo o artista, também remete a uma deusa Tupi-Guarani associada à honra, ao bem e à justiça. A obra será composta por 91 camadas de aço e cerca de 170 peças distintas, criando uma representação simbólica da justiça e da herança cultural dos povos originários do Brasil. O artista receberá R$ 50 mil de prêmio e a chance de executar a obra, com um valor estimado de R$ 300 mil para sua construção.

O segundo lugar foi conquistado por Marcos Roberto Ferreira de Rezende, com a obra “Justiça flui como as Águas”. A escultura, que busca conectar os conceitos de justiça e natureza, terá 2,00m de altura, 4,20m de largura e 1,21m de profundidade, sendo feita totalmente em aço inox. O autor será premiado com R$ 30 mil.

O terceiro lugar ficou com Danilo Andrade Freitas, que apresentou uma escultura sem nome definido, com 1,50m de altura, 2,20m de largura e 1,10m de profundidade, feita de latão. A proposta visa criar uma conexão entre os povos indígenas e a população sul-mato-grossense atual, utilizando 79 lâminas de latão que representam os municípios do estado. O prêmio para o terceiro colocado será de R$ 15 mil.

É importante observar que, conforme o edital do concurso, a escolha da obra vencedora não garante a execução imediata da escultura. A instalação ocorrerá apenas após a assinatura do contrato com o autor, que poderá ser convocado em até 12 meses após a divulgação dos resultados. Caso o vencedor não aceite as condições, o TJMS poderá convocar os outros classificados.

Foto: Reprodução/Gerson Oliveira