Enquanto busca definir seu futuro, o PSDB recebeu um mais um golpe com o anúncio do rompimento da federação com o Cidadania, partido com o qual compartilhou aliança nas últimas eleições. A decisão do Cidadania, tomada em nível nacional, visa garantir maior liberdade para a sigla avaliar novas parcerias, como fusões, incorporações ou a formação de outra federação. Para os tucanos, que já enfrentam uma crise de identidade e relevância política, o rompimento significa a perda de um reforço importante em um momento delicado.
A saída do Cidadania reduz ainda mais o poder de negociação do PSDB com outras legendas, em um cenário onde a sobrevivência do partido para as eleições de 2026 está em jogo. A direção nacional do PSDB, que luta para evitar o desaparecimento da sigla, agora enfrenta dificuldades adicionais para atrair aliados e manter seus filiados. A decisão do Cidadania pode acelerar um êxodo de políticos do partido, que já começou a ocorrer em vários estados, incluindo Mato Grosso do Sul.
Cenário em Mato Grosso do Sul
No Estado, a crise do PSDB já reflete o cenário nacional. Na bancada federal e na Assembleia Legislativa, políticos tucanos avaliam abandonar a sigla. O deputado estadual Zé Teixeira já anunciou sua intenção de migrar para o PL ou PP, enquanto os deputados federais Dagoberto Nogueira e Beto Pereira admitem deixar o partido, dependendo das decisões da direção estadual.
O governador Eduardo Riedel e o ex-governador Reinaldo Azambuja, atual presidente regional do PSDB no Estado, mantêm diálogos com partidos como PSD, Podemos e PL. As duas principais lideranças tucanas em MS aguardam uma definição da direção nacional para decidir seus próximos passos. Enquanto isso, a incerteza sobre o futuro do PSDB em Mato Grosso do Sul e no país só aumenta.
Contexto Nacional
O PSDB, que já foi uma das principais forças políticas do Brasil, vive um momento de fragilidade. Além do rompimento com o Cidadania, o partido enfrenta uma queda expressiva no número de filiados e uma redução significativa de sua bancada no Congresso Nacional. A migração de políticos para legendas como PL, PSD e União Brasil tem sido uma tendência em vários estados, refletindo a dificuldade do PSDB em se reposicionar no cenário político atual.
Especialistas apontam que, sem uma reestruturação urgente e a formação de novas alianças, o PSDB corre o risco de perder ainda mais espaço, podendo até mesmo deixar de existir como partido nos próximos anos. A decisão do Cidadania de romper a federação pode ser o estopim para uma reconfiguração ainda maior do espectro político brasileiro, com impactos diretos nas eleições de 2026.
Enquanto isso, em Mato Grosso do Sul, o destino dos tucanos parece seguir o mesmo caminho do cenário nacional, com desfiliações e negociações que podem mudar o mapa político do Estado.
Fotomontagem: Comte Bittencourt – pres. nacional do Cidadania, e Marconi Perillo – pres. nacional do PSDB