Nesta semana, Campo Grande será o palco de um intenso movimento dos prefeitos de Mato Grosso do Sul, que se reunirão para a eleição da nova diretoria da Associação dos Municípios do Estado (Assomasul). A eleição – com chapa única – está marcada para quinta-feira (30), promete marcar o início de um ano de mobilização política. O futuro presidente da entidade, Thalles Tomazelli, prefeito reeleito de Itaquiraí com 79,71% dos votos, afirmou que, após a posse, dará início a uma extensa agenda de reuniões.
Entre os encontros já agendados, estão os diálogos com o governador, Eduardo Riedel (PSDB), o presidente da Assembleia Legislativa (Alems), deputado Gerson Claro (PSDB), e membros da bancada federal. A situação financeira crítica dos municípios, com um déficit de 61%, será um dos principais temas abordados, pois os prefeitos têm buscado soluções para o problema, tanto em Campo Grande quanto em Brasília.
Recentemente, mobilizações cobraram a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC-25/2022), que prevê um adicional de 1,5% no Fundo de Participação dos Municípios (FPM), além da liberação de emendas para beneficiar os municípios do Estado.
A nova gestão da Assomasul tem como prioridade, a criação de comissões para tratar de questões estruturais e sociais. Entre elas, destacam-se a Comissão de Cidadania e um grupo especial para monitorar a BR-163, uma rodovia fundamental para a logística estadual. “Estamos nos preparando para enfrentar os desafios que afetam diretamente os municípios. A união e o diálogo entre os prefeitos serão essenciais para encontrarmos soluções efetivas”, afirmou Tomazelli.
A reforma tributária também estará no centro das discussões. Tomazelli ressaltou a necessidade de uma atuação ativa dos prefeitos durante o processo de transição do sistema tributário, para garantir que os ajustes atendam às realidades locais. “A reforma é um tema ainda pouco compreendido, mas será crucial. Vamos formar uma comissão específica para assegurar que os municípios estejam bem representados e preparados para essa mudança”, explicou.
Além dos temas políticos e administrativos, o evento também promete antecipar as movimentações partidárias para as eleições de 2026. Com a fusão e criação de novas federações partidárias, espera-se que a disputa interna do PSDB, que atualmente elegeu o maior número de prefeitos do Estado, ganhe destaque. A saída das duas principais lideranças do partido, o governador Eduardo Riedel e o ex-governador Reinaldo Azambuja, é uma das grandes incógnitas para o futuro político de Mato Grosso do Sul.
