Cirurgias reparadoras para vítimas de violência doméstica em MS terão início em março

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As seis primeiras mulheres vítimas de violência doméstica, selecionadas para participar do Projeto Recomeçar, lançado pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), já passaram por exames médicos e avaliação de um cirurgião plástico voluntário. As cirurgias reparadoras estão previstas para o início de março. Criado em setembro de 2024, o projeto visa restaurar a autoestima de mulheres que sofreram violência doméstica, por meio de cirurgias plásticas reparadoras.

Nesta primeira etapa, 14 vítimas foram identificadas e aceitaram ser avaliadas após relatarem lesões físicas visíveis resultantes da violência. Destas, seis foram indicadas para cirurgias reparadoras. As participantes vêm de diversas cidades, como Aquidauana, Campo Grande, Dois Irmãos do Buriti, Fátima do Sul, Glória de Dourados, Jardim, Maracaju e Mundo Novo.

Dora Santos (nome fictício), de 42 anos, é uma das participantes. Ela ficou emocionada com a possibilidade de reconstruir parte do seu braço esquerdo, ferido por um tiro disparado por seu ex-companheiro há dois anos.

“Sobrevivi ao tiro, mas perdi o movimento do braço e não posso mais trabalhar. Minha aposentadoria foi por invalidez, e ainda sinto muita dor física e emocional. A cicatriz é grande, e eu só uso roupas que a escondem. Fiquei muito feliz quando me ligaram para oferecer a cirurgia reparadora. Aceitei na hora, pois vai ajudar a fortalecer minha autoestima”, relatou Dora, que é comerciante.

O Projeto Recomeçar é uma ação do TJMS, em parceria com a Fundação Instituto para Desenvolvimento do Ensino e Ação Humanitária da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (Fundação IDEAH/SBCP). O programa também oferece atendimento médico a crianças e adolescentes vítimas de violência doméstica.

A desembargadora Jaceguara Dantas, coordenadora da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar, ressaltou que o objetivo do projeto é proporcionar tratamentos médicos reparadores às vítimas, aliviando as marcas físicas e emocionais causadas pela violência. Com isso, busca-se diminuir o sofrimento psicológico das vítimas, que muitas vezes enfrentam vergonha e exposição social devido às cicatrizes visíveis.