O município de Cassilândia, em Mato Grosso do Sul, se prepara para se tornar um polo da citricultura. Este ano, a previsão é o plantio de 3,2 mil hectares de laranja, somando aos 800 hectares já cultivados na região. No estado, a meta é atingir 30 mil hectares de área plantada.
Enquanto a meta ainda não é atingida, o governo estadual está tomando medidas para fomentar o cultivo, criando legislações e planejando ações voltadas para a industrialização da cadeia produtiva, com expectativa de implementação mais robusta quando o número de hectares plantados atingir 25 mil.
Atualmente, a citricultura se expande para diversos municípios, incluindo Campo Grande, Sidrolândia, Paranaíba e Três Lagoas. Em Cassilândia, autoridades estaduais, municipais e representantes da empresa Frucamp se reuniram para discutir o avanço do setor. A laranja, que tem ciclo de produção de até 20 anos, começa a dar frutos após três anos de plantio, com a estabilização da produção ocorrendo cinco anos depois. A colheita em Mato Grosso do Sul acontece de maio a janeiro.
A coordenadora de Citricultura da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Karla Nadai, ressaltou a importância de medidas preventivas contra o greening, uma doença que afeta a citricultura mundialmente e já causou prejuízos significativos, como na Flórida (EUA). “Em Mato Grosso do Sul, adotamos uma política de tolerância zero contra o greening. É essencial que sejam plantadas apenas mudas certificadas e livres de contaminação”, alertou Nadai.
A doença é transmitida por um inseto, o psilídeo, que se alimenta de plantas cítricas e pode infectar outras espécies. Além disso, é fundamental que a população evite comprar mudas de ambulantes, já que essa prática é proibida e representa risco para a citricultura local.
Outro ponto destacado foi a proibição estadual da murta (dama-da-noite), que serve como hospedeira do psilídeo, facilitando a propagação do greening. A erradicação da murta é uma medida prevista pela Lei Estadual nº 6.293, de 22 de agosto de 2024.
O prefeito de Cassilândia, Rodrigo de Freitas, enfatizou a importância da parceria entre o município, o Estado e as empresas privadas para consolidar Cassilândia como um exemplo de desenvolvimento sustentável e competitivo.
