Casos e mortes por covid-19 caem, mas vírus respiratórios como influenza e VSR avançam no Brasil

Geral

O Brasil registrou uma queda significativa nos números de casos e óbitos por covid-19, segundo o boletim da Semana Epidemiológica (SE) 14, divulgado pelo Ministério da Saúde. Até o dia 5 de abril, foram contabilizados 175.694 casos da doença em 2025, com 1.236 mortes confirmadas. Somente na última semana analisada, 7.477 novos casos foram notificados e 144 óbitos registrados. Em relação à semana anterior, houve uma redução de 12,72% nos casos e de 12,43% nas mortes, demonstrando uma tendência de desaceleração da pandemia no país.

Apesar do recuo da covid-19, o mesmo boletim revela um cenário preocupante em relação a outros vírus respiratórios. A circulação de influenza e do vírus sincicial respiratório (VSR) segue em alta, especialmente entre crianças e em determinadas regiões do país. O aumento desses vírus tem refletido em um crescimento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), doença que pode ser causada por diferentes agentes infecciosos.

De acordo com o boletim, as unidades da federação com maior incidência de covid-19 no período — com taxas variando entre 2,8 e 11,7 casos por 100 mil habitantes — foram o Rio Grande do Sul (RS), Goiás (GO), Distrito Federal (DF), São Paulo (SP) e Rondônia (RO).

Na vigilância sentinela de síndrome gripal, foi observada uma tendência de aumento na positividade para os vírus influenza, especialmente os subtipos influenza B e influenza A (H1N1). Entre as semanas epidemiológicas 12 e 14, o crescimento da influenza A foi mais acentuado nas regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste.

No monitoramento da Síndrome Respiratória Aguda Grave, até a SE 14, foram notificados 13.754 casos hospitalizados com identificação de vírus respiratórios. Durante as últimas três semanas observadas (SE 12 a 14), os principais agentes detectados foram o VSR (49% dos casos), rinovírus (26%) e influenza A (7%). No mesmo período, a covid-19 ainda foi responsável por 43% dos óbitos por SRAG, seguida por rinovírus (24%) e influenza A (15%). O boletim destaca um aumento expressivo nos casos causados por VSR, rinovírus e influenza A.

O Boletim InfoGripe, também relativo à SE 14 (30 de março a 5 de abril), apontou que 13 unidades federativas apresentaram incidência de SRAG em níveis de alerta, risco ou alto risco, com tendência de crescimento no longo prazo: Acre (AC), Amapá (AP), Distrito Federal (DF), Espírito Santo (ES), Goiás (GO), Maranhão (MA), Mato Grosso (MT), Mato Grosso do Sul (MS), Minas Gerais (MG), Pará (PA), Rio Grande do Norte (RN), Roraima (RR) e Sergipe (SE).

A maior parte desses estados apresenta aumento moderado a alto de casos de SRAG, especialmente entre crianças pequenas, com forte associação ao VSR. Já na faixa etária de 2 a 14 anos, o crescimento em estados como DF, MG, RR e SE está principalmente relacionado ao rinovírus. Em Mato Grosso do Sul, foi identificado um início de crescimento dos casos entre jovens, adultos e idosos, provavelmente ligado à circulação do vírus influenza A.

Deixe um comentário