Alems Debate os Impactos Ambientais da Monocultura de Eucalipto em MS

Política

A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems), realizará nesta terça-feira (11), às 14h (horário local), no Plenarinho Deputado Nelito Câmara, reunião para debater esses impactos na região do Bolsão, além da concessão da hidrovia do Rio Paraguai.

Segundo dados da Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (IBÁ), MS possui mais de 1 milhão de hectares de florestas plantadas, sendo o eucalipto a espécie dominante. A região do Cerrado, que cobre grande parte do Estado, é a mais afetada pela expansão dessas monoculturas.

Veja alguns dados importantes sobre a expansão da monocultura do eucalipto em Mato Grosso do Sul:

  1. Impactos no Solo
  • Empobrecimento do Solo: O eucalipto é uma espécie de crescimento rápido e consome grandes quantidades de nutrientes do solo, como nitrogênio, fósforo e potássio. Isso pode levar à degradação do solo em longo prazo, especialmente se não houver um manejo adequado.
  • Compactação do Solo: O plantio e a colheita mecanizada do eucalipto podem causar compactação do solo, reduzindo sua porosidade e afetando a infiltração de água.
  • Redução da Matéria Orgânica: A monocultura de eucalipto tende a diminuir a diversidade de espécies vegetais, o que reduz a quantidade de matéria orgânica no solo, essencial para sua fertilidade.
  1. Impactos nos Recursos Hídricos
  • Consumo Intenso de Água: O eucalipto é uma espécie conhecida por seu alto consumo de água, o que pode reduzir a disponibilidade hídrica em regiões onde é cultivado em larga escala. Estudos indicam que plantações de eucalipto podem consumir até 30% mais água do que vegetação nativa.
  • Redução de Vazão de Rios e Córregos: Em áreas com grande concentração de eucalipto, há evidências de redução na vazão de rios e córregos, especialmente durante períodos de seca.
  • Alteração no Ciclo Hidrológico: A substituição de vegetação nativa por eucalipto pode alterar o ciclo hidrológico, reduzindo a infiltração de água no solo e afetando a recarga de aquíferos.
  1. Impactos na Biodiversidade
  • A monocultura de eucalipto reduz a diversidade de espécies vegetais e animais, pois cria um ambiente homogêneo e menos propício à vida selvagem.
  • A perda de vegetação nativa, como o Cerrado, para dar lugar ao eucalipto, contribui para a fragmentação de habitats e a perda de biodiversidade.
  1. Medidas Mitigadoras
  • Manejo Sustentável: A adoção de práticas como rotação de culturas, manutenção de áreas de preservação permanente e corredores ecológicos pode ajudar a reduzir os impactos negativos.
  • Restauração de Áreas Degradadas: Programas de recuperação de áreas degradadas podem ajudar a restaurar a fertilidade do solo e a disponibilidade hídrica.
  • Monitoramento Hídrico: A implementação de sistemas de monitoramento da disponibilidade hídrica em regiões com monocultura de eucalipto é essencial para evitar impactos severos.

A monocultura de eucalipto em Mato Grosso do Sul tem sido uma prática comum devido à alta demanda por celulose, madeira e carvão vegetal. No entanto, essa atividade pode trazer impactos negativos ao solo e aos recursos hídricos. É certo que a atividade traz benefícios econômicos porém, também gera desafios ambientais significativos. É fundamental equilibrar a produção com práticas sustentáveis para minimizar os impactos negativos e garantir a conservação dos ecossistemas locais.

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