O envelhecimento populacional tem pressionado as economias globais, mas medidas voltadas para promover um envelhecimento saudável podem impulsionar o crescimento econômico mundial em 0,4 pontos percentuais (p.p.) ao ano, em média, até 2050. A estimativa é do Fundo Monetário Internacional (FMI), que destaca o potencial da chamada “economia prateada” — termo que se refere ao segmento populacional acima dos 50 anos.
Em um capítulo do World Economic Outlook, divulgado nesta quarta-feira (16), o FMI reforça a necessidade de políticas públicas que promovam a saúde na terceira idade, ampliem a participação de idosos no mercado de trabalho e reduzam as desigualdades de gênero na força laboral.
“Ao adotar estratégias que incentivem o envelhecimento ativo, os países podem aproveitar o potencial da economia prateada para estimular o crescimento e reforçar suas reservas orçamentárias, mesmo diante de desafios demográficos”, afirma a instituição.
Segundo as projeções, o envelhecimento saudável pode contribuir com um aumento médio de 0,4 p.p. no PIB global anualmente entre 2025 e 2050. Se combinado com políticas de incentivo à oferta de mão de obra, esse impacto pode chegar a 0,6 p.p. ao ano, compensando cerca de 75% da desaceleração econômica causada pelo envelhecimento populacional nas próximas décadas.
“Uma abordagem política multifacetada pode expandir a força de trabalho, acelerar o crescimento e aliviar pressões fiscais em um mundo cada vez mais envelhecido”, ressalta o relatório.
No entanto, o FMI alerta que, apesar dos benefícios, o crescimento global continuará a desacelerar ao longo do século XXI, exigindo esforços significativos para conter o aumento da dívida pública em relação ao PIB. Além disso, os efeitos do envelhecimento variam entre países: economias avançadas, como o Japão, enfrentarão contrações mais acentuadas devido ao perfil demográfico mais idoso.
O estudo reforça que, sem ações estratégicas, os impactos negativos do envelhecimento podem se intensificar, tornando essencial o investimento em saúde, inclusão laboral e igualdade de oportunidades para garantir um crescimento sustentável.
Com informações da RTP
