Conheça os Cuidados Essenciais para Prevenir Doenças Respiratórias no Outono/Inverno

Bem-Estar

Com a chegada do outono e inverno, o Ministério da Saúde iniciou a Campanha Nacional de Vacinação Contra a Gripe, que continuará ao longo de 2025. A vacina, atualizada anualmente, protege contra os principais vírus que causam doenças respiratórias sazonais: H1N1 (influenza tipo A, causadora da gripe suína), H3N2 (outra variante do vírus influenza A) e influenza B. Esses vírus são mais prevalentes nos meses mais frios do ano, quando as temperaturas baixas e a umidade do ar favorecem sua propagação.

Ana Paula Sayuri Sato, professora associada do Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), explica que vários fatores colaboram para o aumento de doenças respiratórias nesse período. “As baixas temperaturas e a baixa umidade do ar podem ressecar as mucosas das vias aéreas, como nariz e garganta, deixando o organismo mais vulnerável a infecções e afetando a resposta imunológica. Além disso, o comportamento das pessoas de permanecer em ambientes fechados e de maior aglomeração favorece a transmissão de vírus. A amplitude térmica – a diferença entre as temperaturas máxima e mínima – também é mais acentuada, e o ar seco tende a aumentar a concentração de poluentes no ambiente.”

As doenças respiratórias mais comuns no outono e inverno variam de infecções virais e bacterianas a condições como asma, rinite e bronquite. Entre as doenças infecciosas mais recorrentes estão o resfriado comum, a gripe, pneumonias, bronquiolites (inflamação dos bronquíolos) e faringites (inflamação da parte superior da garganta). O tempo seco, por sua vez, pode desencadear reações alérgicas em muitas pessoas, aumentando a incidência de rinite, especialmente em locais com alta concentração de poeira e ácaros.

Ana Paula Sato ressalta que os grupos mais vulneráveis são aqueles com o sistema imunológico comprometido ou imaturo, como crianças, idosos, pessoas com comorbidades, pacientes que utilizam medicamentos imunossupressores e trabalhadores da saúde, educação e outros serviços essenciais. Além disso, populações como indígenas e pessoas em situação de rua estão mais propensas a contrair e desenvolver complicações graves com essas doenças.

Vacinação como medida de proteção

Embora a vacinação seja uma das formas mais eficazes de proteção, a especialista destaca que a baixa adesão da população às campanhas vacinais é preocupante. “Desde 2016, as coberturas vacinais têm caído de forma alarmante, o que pode resultar no retorno de doenças que já estavam controladas, como o sarampo, a difteria e a poliomielite. O sarampo, que já havia sido erradicado no Brasil nos anos 2000, voltou a circular no país, causando surtos significativos em 2018 e 2019. No entanto, em 2024, o Brasil foi recertificado como país livre de sarampo. Estamos atentos à possibilidade de retorno do sarampo em 2025”, afirma a especialista.

A vacinação tem como objetivo estimular o sistema imunológico para que ele reconheça e combata vírus e bactérias, protegendo tanto quem se vacina quanto aqueles que, por questões de saúde, não podem ser vacinados.

Outras medidas de prevenção

Além da vacinação, a especialista orienta a adoção de outras práticas para reduzir o risco de doenças respiratórias. “Além da vacina contra a gripe, as medidas de etiqueta respiratória, como lavar frequentemente as mãos, cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar, evitar locais fechados e aglomerados, e o uso de máscaras, são essenciais. Também é importante manter uma alimentação balanceada, hidratação adequada, repouso suficiente e a prática regular de exercícios físicos”, recomenda Ana Paula.

Evitar o tabagismo, a exposição a ambientes com fumaça ou poeira, e realizar check-ups médicos regulares, preferencialmente anuais, também são atitudes importantes para fortalecer o sistema imunológico e diminuir os riscos de doenças respiratórias.

Com informações da USP

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