Em Campo Grande (MS), a cesta básica registrou uma variação significativa nos preços, com destaque para o tomate, que teve uma alta de 27,80% em março, conforme dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). No entanto, a variação total de 1,89% foi moderada devido à queda de preços de oito itens essenciais.
O preço do leite permaneceu estável no terceiro mês de 2025, com variação de 0,00%, enquanto a manteiga apresentou uma queda de 0,53% pelo segundo mês consecutivo. Em 12 meses, ambos os produtos registraram aumento: o leite subiu 10,86% e a manteiga, 2,97%.
Com mais uma retração em março, a farinha de trigo (-0,45%) e o pão francês (-0,41%) completaram dois meses consecutivos de queda. Os preços médios no trimestre foram de R$ 4,38 e R$ 16,91 o quilo, respectivamente. O abastecimento do mercado, com importações do cereal, permitiu a queda nos preços.
Entre novembro de 2024 e março de 2025, o feijão carioquinha apresentou uma queda de 1,19%, com o preço médio do quilo caindo de R$ 8,71 em março do ano passado para R$ 6,64 em março deste ano, uma diminuição de 23,78% em 12 meses.
O arroz agulhinha, por sua vez, voltou a cair (-3,22%) em março após estabilidade no mês anterior. Em termos acumulados, o preço do arroz teve uma alta de 2,21% nos últimos 12 meses, com preço médio de R$ 6,15 no trimestre.
O tomate, com a maior alta em março entre os 13 alimentos pesquisados, acumulou três meses consecutivos de aumento (27,80%), refletindo uma alta de 8,47% nos últimos 12 meses, considerando as quedas ao longo de 2024. Já a batata (-6,77%) registrou uma queda no preço, com uma diminuição de 38,91% nos últimos 12 meses.
Dentre os alimentos in natura, a banana (2,45%) também teve alta de preço, impulsionada pelo aumento da variedade prata, enquanto a banana nanica também viu elevação, devido à demanda aquecida com o retorno às aulas.
A carne bovina (-0,72%) e o óleo de soja (1,16%) apresentaram variações opostas em comparação a fevereiro. No entanto, em 12 meses, ambos os produtos tiveram altas expressivas: a carne bovina subiu 24,94%, enquanto o óleo de soja teve aumento de 41,82%.
O açúcar cristal (-2,66%) registrou queda, enquanto o café em pó (6,79%) completou seu terceiro mês consecutivo de alta. Em 12 meses, o preço do açúcar subiu 4,69%, enquanto o café teve uma impressionante alta de 89,40%, tornando mais difícil adoçar o café diário para os consumidores.
Em relação ao poder de compra, a jornada de trabalho necessária para adquirir uma cesta básica em Campo Grande foi de 114 horas e 17 minutos em março, um aumento de 2 horas e 7 minutos em comparação a fevereiro. Quando comparado a março de 2024, houve um acréscimo de 33 minutos.
Em março de 2025, o trabalhador teve que comprometer 56,16% de seu salário mínimo líquido para comprar a cesta básica, o que representa uma variação positiva de 1,04 ponto percentual em relação a fevereiro, quando o índice era de 55,12%. Em comparação com o mesmo mês de 2024, quando o comprometimento foi de 55,89%, o aumento foi de 0,27 ponto percentual. Vale lembrar que, em janeiro de 2025, o salário mínimo foi ajustado para R$ 1.518,00.