Plantio da segunda safra de milho no Brasil supera 50%, mas ainda há riscos para produtividade

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O plantio da segunda safra de milho no Brasil avançou significativamente e ultrapassou a marca de 53,6% das áreas previstas até o último domingo (23), segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Embora o progresso tenha sido expressivo, o ritmo ainda está aquém da safra anterior, quando, no mesmo período, 59% da área já havia sido semeada.

Os estados com o maior avanço no plantio são Mato Grosso (67,7%), Paraná e Goiás (56%), além de Tocantins (50%). Já Maranhão, Mato Grosso do Sul, Piauí e Minas Gerais apresentam menores índices, com 30%, 27%, 26% e 21,4%, respectivamente.

Em Mato Grosso do Sul, o projeto SIGA/MS, da Aprosoja/MS, reporta que, até o dia 19 de fevereiro, 24,2% da área destinada ao milho segunda safra 2024/2025 já estava plantada. A região sul do estado apresenta o maior progresso, com uma média de 26,6%, seguida pela região centro, com 21,2%, e a região norte, com 15%. A área já semeada corresponde a aproximadamente 509 mil hectares.

O Brasil, como um todo, avançou consideravelmente na última semana, com um crescimento de 17,9 pontos percentuais em apenas sete dias, passando de 35,7% para 53,6% da área estimada. Contudo, os técnicos alertam para o atraso comparado ao ano passado, quando 59% da área já havia sido plantada até o dia 24 de fevereiro.

No estado de Mato Grosso, os dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), indicam que, até a última sexta-feira (21), 67,15% da área prevista para o milho foi semeada, com um avanço de 22,2 pontos percentuais em uma semana. No entanto, o estado ainda apresenta um déficit de 13,23 pontos percentuais em relação ao mesmo período da safra anterior. O principal fator para esse atraso é o impacto da colheita da soja, que se estendeu mais do que o esperado, comprometendo o cronograma de plantio do milho.

De acordo com Silvésio de Oliveira, produtor rural de Tapurah, no Mato Grosso, o estado enfrenta uma janela de risco para o plantio do milho. “Houve um atraso no plantio da soja, que impactou diretamente o milho. Ainda temos 30% da área para semear, e muito milho ficará fora da janela ideal este ano”, afirma Oliveira.

Cleiton Gauer, superintendente do Imea, acredita que 75% das áreas de milho de Mato Grosso serão semeadas dentro da janela adequada, que se encerra em 28 de fevereiro. Os outros 25% do milho deverão ser plantados fora desse período, o que implica em um maior risco para a produtividade da safra.